sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CAMARADA MOISÉS ESCREVE SOBRE O GRANDE VILMAR


SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2010

Camarada VILMAR in memoriam



Nesses 7 anos que saí de Tarauacá, para exercer um mandato na capital, eu sempre procurei manter viva a minha amizade com o Vilmar, um camarada que chegou sem barulho e foi se consolidando como um militante verdadeiro.

Vilmar era o primeiro a me procurar na sede do Partido quando eu chegava a Tarauacá. Nunca exigiu nada além do que nós podíamos oferecer e nunca desanimou frente aos achincalhes desferidos pelo tempo.

Vilmar acreditava que Tarauacá se tornaria uma das cidades mais bonitas do Acre, uma das mais justas, uma das mais produtivas, uma das mais honestas, se o PCdoB assumisse o comando da prefeitura.

Por isso Vilmar lutou com garra em todas as eleições, erguendo a sua pequena e valiosa bandeira, argumentando com simplicidade e firmeza nas esquinas e nos mercados, transformando as suas carências em alegria.

Vilmar acreditava nisso porque olhava a vida e as atitudes dos líderes do PCdoB e encontrava honestidade e propósitos verdadeiros, não percebia malandragem política ou interesses mesquinhos no cotidiano dos camaradas.

A insistência e a persistência do Vilmar em se manter camarada, alegre, lutando e festejando, era como um antídoto no cansaço e no desânimo de alguns jovens militantes, que não conseguiam mais olhar o Partido como utopia e sonho coletivo.

Vilmar estava sempre alegre, olhava a vida sempre com o coração iluminado. Os obstáculos do cotidiano eram enfrentados com esperança festiva e faziam aquele velho camarada acreditar no futuro do homem e na sua eterna ressurreição.

A humanidade em que Vilmar acreditava era aquela ali entre as ruas próximas do seu convívio, que dessem alívio às suas angústias financeiras e fizessem o seu velho coração respirar em paz.

E a sua ressurreição era o pão farto, a honestidade e a alegria nos corações dos tarauacaenses humanamente inteiros, uma tempestade de sol e luz nos olhos de sua gente e um canto e uma procissão, na alegria da vitória, daqueles que sonham juntos pelo bem da humanidade.

Vilmar está agora ao lado de Deus, reclamando que tem um anjo que não pára de lhe fazer perguntas sobre os seus amores, as suas lutas aqui na terra e todas as suas agonias, as suas paixões.

Vilmar era santo e não sabia.

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