quinta-feira, 2 de junho de 2011

Moisés Diniz: governo não encerrou negociações com os sindicatos

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MOISÉS Diniz reafirma compromisso do governo com os servidores públicos
Com uma formação religiosa e política onde o diálogo à exaustão sempre foi uma de suas marcas desde os tempos de sindicalista, o líder do governo na Assembleia Legislativa Moisés Diniz (PCdoB) reafirmou ontem esse compromisso com os servidores públicos que, por meio de seus sindicatos, estão em fase de negociação salarial com o governo.
O deputado lembrou que o Acre, mesmo sendo um Estado comprovadamente pobre, sem arrecadação própria, sem indústrias e sem minérios aferidos, está entre os que pagam os melhores salários do Brasil. “Dependendo da categoria está entre os cinco melhores ou entre os 10 melhores”, observou.
Para o líder do governo, no geral, o funcionalismo público no Acre está no padrão de Estados médios e, dependendo da categoria, até ricos. No caso dos professores o Acre paga um dos melhores salários do país, superior, inclusive, aos de São Paulo.
Mas, mesmo nessa situação, o governo de Tião Viana, de acordo com o seu líder na Aleac, considera importante manter uma política de valorização do servidor público e está fazendo isso, mesmo numa situação de extrema dificuldade.
Moisés deu dois exemplos do que chamou de “situação difícil”. Lembrou o ano de 2008, quando uma crise financeira mundial fez o Acre perder R$ 425 milhões de recursos federais. Naquele momento, o então presidente Lula abriu uma linha de crédito especial junto ao Banco do Brasil para que os governadores pudessem respirar. E o Acre fez dois empréstimos, no valor de cerca de R$ 300 milhões, com autorização da Aleac.   
Outro exemplo dado pelo parlamentar comunista foi a decisão da presidente Dilma Rousseff, no começo do ano, quando mandou retirar do orçamento R$ 50 bilhões.
Diante dessa situação, disse o líder do governo, assegurar um reajuste de 15% não é fácil. “Por isso o governo está propondo esse reajuste num período de 12 meses e não de dois anos como algumas pessoas estão falando”, frisou o deputado.
Moises enfatizou que mesmo o governo anunciando o reajuste de 15% parcelado não fechou questão, não sinalizou que a negociação estava encerrada. “Pelo contrário. O governo fez a proposta e disse: as portas estão abertas para continuarmos conversando e negociando se esse reajuste será pago em duas ou três parcelas. Não tem nada definido”, destacou.

Governo ouviu e continua ouvindo dirigentes sindicais

O deputado Moisés Diniz voltou a afirmar que o governo do Estado ouviu e continua ouvindo os dirigentes sindicais sobre a negociação salarial, mas mesmo assim setores ligados a sindicatos e políticos foram ontem à Assembleia Legislativa e anunciaram uma greve para o dia 14.
Moisés disse que se a greve for deflagrada com o governo aberto ao diálogo e às negociações vai ser um ato de irresponsabilidade. “De irresponsabilidade porque o governo já anunciou o aumento e informou que fez remanejamento de investimentos produtivos, ou seja, tirou dinheiro de setores carentes. O governo poderia investir em mais casas populares, em mais calçamentos de ruas na periferia, em mais ramais e em construção de mais açudes para os agricultores. Ou seja, houve remanejamento de setores para o governo poder valorizar o funcionalismo público que nós consideramos um patrimônio”, disse.
Diante desse esforço, da boa vontade do governo e da porta se manter aberta para as negociações, uma greve nesse contexto, segundo Moisés, é uma irresponsabilidade. “Um ato como esse pode prejudicar o conjunto dos servidores públicos porque pode levar o governo a radicalizar também, transformando o impasse num cabo de guerra, o que seria muito perigoso, podendo, inclusive, tornar o reajuste salarial num caso sem solução”, alertou o líder do governo.

Aumento não interessa para a oposição, diz deputado

A postura adotada pela oposição na Assembleia Legislativa preocupa o líder do governo. De acordo com Moisés Diniz, o comportamento desses políticos é perigoso porque demonstra que eles não querem o aumento salarial para os servidores. “Eles estão inviabilizando o diálogo, criando um cabo de guerra quando o governo anuncia 15% de aumento, mostra as formas de parcelamento e eles vêm e falam em greve, ou seja, estão dizendo que querem guerra. E o governador Tião Viana sob guerra pode recuar na negociação e prejudicar 42 mil funcionários ativos e inativos”, alertou o deputado.
Para o deputado do PC do B, esse modelo de confronto agora pode prejudicar o funcionalismo público, porque já existe a decisão de investir, neste ano e em 2012, R$ 180 milhões na valorização do servidor. Com um detalhe: o governo vai fazer justiça com todos os servidores. Ninguém vai ficar sem aumento de salário.

Críticas na base

Moisés disse que as pessoas com quem convive o consideram um deputado maleável demais, que se abre muito ao contraditório e que deveria ser mais duro com a oposição, mais duro com setores que combatem o governo. “Eu recebo críticas, inclusive, no meu campo por conta desse comportamento que vem da minha formação na igreja. Foi a igreja que me ensinou a ser assim. Quando eu radicalizo, como ontem na Aleac é porque eu considerei que pode estar havendo um movimento para inviabilizar essa conquista importante do funcionalismo de ter em dois anos R$ 180 milhões no seu bolso”, revelou.
Por último, o líder do governo afirmou que fica preocupado quando nota que certas pessoas acham melhor não ter aumento no salário dos servidores para ganharem politicamente. “Eu acho que o bom opositor é aquele que quer o bem do seu povo”, concluiu o deputado.       

Da Assessoria

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