quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

PC DO B EM LUTO!

Camarada Valder,

Não está certa essa sua partida, não faz nenhum sentido você ir embora agora, está tudo errado, não morrem os criminosos, os corruptos, os pedófilos, os banqueiros, os generais que invadem países e matam crianças e mulheres grávidas, não morrem os demônios na sua eternidade...

E morre você, com essa sua alma limpa, esse seu coração aberto, essa sua leveza, essa sua amizade escancarada, esse amigo de tanta gente...

Não é justo, a tua morte não é ética do ponto de vista da justiça divina, você não podia cair assim, isso sufoca a gente, deixa os olhos da gente como lagos de sangue, você sabe que está doendo no coração dos camaradas.

Nunca mais a gente tinha ido juntos ao Chega Mais, aquele clube encantado que, tantas vezes, viramos a madrugada, nossas rebeldias e nossas utopias, o álcool, a lua, a boa música, a madrugada.

Você foi o dono da noite, você viveu com uma intensidade que assustava ‘os bem comportados’ de Tarauacá, você estava à frente do nosso tempo, você amava as pessoas de um jeito que desconcertava, ninguém conseguia ter raiva do Valder.

Você era um guerreiro, um sindicalista com cara de diretor, não sabia fazer discurso, mas sabia conquistar e convencer, voz mansa, pausada, convincente, acho que o teu corpo devia ser velado no Sinteac, aonde você foi, depois de mim, o primeiro presidente, e uma bandeira do sindicato dos professores deve descer à terra com você.

Você foi um grande camarada, durante mais de 20 anos, fiel, nunca deixou de contribuir financeiramente com o Partido, quando chamado, nunca faltou uma reunião. Nos últimos tempos, você era um camarada distante, mas fiel, nas lutas do Partido, nas disputas eleitorais, sempre votando e ajudando os candidatos do PCdoB e seus aliados, acho que uma bandeira vermelha deve cobrir o seu caixão.

Que sacanagem a vida fez com você, Valder! Como é que a gente perdoa o destino, assim tão trágico, tão terrível? Nossas almas estão vazias, não sabemos o que fazer, apenas uma dor insuportável, uma raiva desse ciclo vital que se parte como uma folha seca no vendaval, não fica nada, além da ausência, da falta, da dor.

Vai com Deus, meu irmão!

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